Curiosidades musicais - Composição Essa tal felicidade mora aqui

 Essa Tal Felicidade mora aqui!



Curiosidades Musicais

       Hoje vamos inaugurar mais um bloco de conteúdo no Varandas ao Luar, onde juntos caminharemos por inúmeras vertentes musicais.
       Iremos retratar curiosidades sobre: músicas, cantores, compositores, histórias das composições e tudo que estiver inserido nesse maravilhoso universo musical.
        Para início de conversa, quero falar um pouco do meu trabalho de compositor, iremos dar início na matéria “Curiosidades musicais” contando a história por trás de uma composição minha, que, dentre as mais de 300, é especial.
        Pois bem, sou Toninho Saudade, compositor e Cantador, é isso mesmo que você leu, não sou cantor, tenho um trabalho musical direcionado a cultura Mineira, em especial a nossa aqui do Centro oeste Mineiro.
        Tenho algumas passagens em programas de TV, nas principais emissoras de Minas, onde sempre tenho divulgado nossa cultura e raízes, através de minhas canções que retratam bem essa realidade.
Se quiserem saber mais sobre minha carreira, vou disponibilizar alguns links ao final dessa matéria.
       Então chega de delongas e vamos à Curiosidade Musical de hoje, que será a minha música

 “Essa tal Felicidade mora Aqui”.

      Na época em que nasceu essa canção, eu estava passando por uma situação muito difícil, tanto financeira, como psicológica, estava saindo de um negócio mal sucedido que rendeu apenas dívidas, com problemas de saúde na família e uma grande incerteza profissional.
        Tive que procurar serviço em Nova Serrana, cidade vizinha de BD, e, nessas idas e vindas, precisamente na volta para casa, que tive a inspiração de compor a canção “Essa tal felicidade mora aqui”.
        Era por volta de 20 h, embarquei na rodoviária de Nova Serrana em um ônibus que vinha de BH, rumo a Bom Despacho. Nesse dia tinha pouquíssimos passageiros, sentei me como de costume, em um lugar ao lado da janela, e apesar da escuridão da estrada fiquei admirando a fosca paisagem que, por vezes, era iluminada pelos faróis dos veículos.
Em uma enorme reta da estrada, o ônibus em uma velocidade bem reduzida, devido a algumas carretas estarem em comboio à sua frente, impedindo o motorista de fazer uma ultrapassagem segura, me chamou a atenção, uma fraca luz que poderia ser de uma lamparina, ou talvez um lampião, no meio do capão.
Dava para ver nitidamente uma pessoa, debruçada na janela com um chapéu na cabeça e um cigarro que pela fumaça que soltava, pude deduzir ser de palha.
Fiquei admirando aquela cena até que sumisse do meu campo de visão, e comecei a imaginar, quem seria aquele personagem, como era sua rotina, que certamente seria na lida do campo.
        Com essa imagem, fui construindo em minha fértil imaginação o dia daquele homem de vida simples, e fiquei um pouco frustrado comigo mesmo, naquela loucura do mundo moderno, do consumismo e do capitalismo, isso me consumia ao ponto de não ter tempo de buscar a verdadeira felicidade.
Nessa altura eu já tinha me transportado para o lugar do personagem, já estava me vendo voltando para casa após um cansativo dia de trabalho na lavoura, e sendo esperado na janela por minha esposa, com o varal repleto de roupas e as crianças correndo em minha direção com um abraço de recepção.
Desembarquei do ônibus, e, igual ao personagem, apressei os passos, e não me lembro de ter tanta vontade de chegar em casa.
        Avistei de longe minha esposa me esperando no portão, e também, veio me recepcionar a um quarteirão de distância, nossas duas cachorrinhas, mãe e filha, Rebeca e Mel.
        Cheguei em casa, recebi um beijo e um abraço de minha esposa, a presenteei com uma rosa que comprei de uma mulher na rodoviária, entrei, abençoei as crianças, e um jantar especial me esperava, uma deliciosa sopa de legumes para esquentar aquela noite de inverno.
        Depois peguei o violão e em 30 minutos estava pronta a canção, “Essa tal felicidade mora aqui.”
        Termino essa matéria com a letra da canção que me libertou e me mostrou o verdadeiro sentido da felicidade.

Essa tal felicidade mora aqui                                  Toninho Saudade

Lá vou eu pela estrada a caminhar
Em passos longos e com pressa de chegar
Muito cansado e com saudades olhando o sol se esconder
Pedindo forças pra amanhã poder voltar
Depois da curva já começo a me alegrar
Vejo meu bem na janela a me esperar
As roupas brancas balançando penduradas no varal
E as crianças vêm correndo me abraçar.
Felicidade encontrei, não sou rico nem sou rei
Tenho uma família, tenho um lar
O que eu tenho não se compra, basta querer pra encontrar.
É só plantar amor que um dia colherá.
Entro em casa meu amor vem me abraçar
E da cozinha um cheiro vem me apetecer
Depois do banho nos sentamos junto à mesa pra jantar
E partilharmos nossos sonhos e viver
E na varanda alguém me traz um violão
E a lua cheia nos inspira uma canção
E a alegria nos envolve e me faz refletir
Que essa tal felicidade mora aqui.

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