Pano pra manga retalho pra capanga - O pequeno pastor

Olá povo! 
       Hoje estou publicando mais um capítulo do meu próximo livro "Pano pra manga, retalho pra capanga" onde o garoto Filipe se aventura como boiadeiro. 
Te convido a embarcar nessa aventura do branquelo!
 
  O pequeno pastor
      Era uma tarde ensolarada e Lúcia após fazer almoço, alimentar seus filhotes, mandar os dois mais velhos para escola e mais uma vez ter uma frustrante experiência de tentar fazer Filipe dormir após o almoço, acreditando que conseguiria pelo motivo de os dois terem dormido poucas horas na noite.
      A mulher resolveu descansar um pouco após conferir se todas as portas e janelas estavam fechadas, enquanto o menino brincava com uns carrinhos e o tempo todo fazendo a pobre mãe de pista, passando o brinquedo em suas pernas, braços e até em seu rosto.
       A mãe dava alguns cochilos e acordava assustada procurando o garoto entretido com os carrinhos.
O cansaço tomou conta da mulher que se entregou nos braços do sono e o pestinha não perdeu tempo.
      Em fração de minutos, o garoto após andar pela casa procurando alguma porta aberta para fugir e não encontrou, resolveu se mandar pela janela.
      Foi até o quarto da mãe, subiu na cama, conseguiu alcançar a janela, destravou o cadeado que estava com a chave espetada nele, abriu a janela e zarpou para rua.
      Ficou ali por perto, pois como ímã, fora atraído por um monte de areias onde dava saltos mortais.
      Após achar monótono aquela brincadeira, resolveu sair em busca de novas aventuras, já se sentia independente, já que tinha mais de três anos e já era maduro para essas coisas bobas.
      A mãe, em seu cansaço, continuava dormindo, tendo certeza que o filho estava em segurança em casa.
      Filipe resolveu andar pelas ruas do bairro, e se deparou com uma pequena manada de bezerros que, provavelmente, como o garoto, fugiram e resolveram se aventurar em outros territórios.
       O menino pegou uma pequena vara que achara no caminho e saiu atrás dos bezerros feito um pastor de gado.
       Uma camionete até passou por eles, mas de tão pequeno, o menino ficou escondido no meio da bezerrada, fazendo o motorista teu uma ilusão de ótica e pensar que o menino era também um bezerrinho, nunca iria imaginar que se tratava de um garoto de três anos.
       A mãe acordou assustada, deu um pulo do sofá, chamando o garoto, o procurando pela casa e quase enfartou ao ver a janela aberta.
       Ficou totalmente desesperada, supondo que entrara alguém na casa enquanto dormia e roubara o pequeno Filipe.
       A mulher saiu desesperada pela rua, chamando pelos vizinhos, perguntando se não viram o garoto, foram nas casas em que também tinham crianças com a esperança de encontrá-lo e nada.
      Uma vizinha ligou para Antônio que logo apareceu de moto e começou a vasculhar o bairro, nessas alturas já tinham mais de dez voluntários a sua procura.
      Foram praticamente em todas as casas do bairro.
O garoto se sentindo um verdadeiro fazendeiro ia tocando a boiada estrada afora, sem saber o destino, por onde ia a bezerrada o garoto estava atrás com sua vara na mão.
      A bezerrada parou de repente ao ficarem encurraladas em um mata-burro, enquanto um carro passava e o motorista avistou o garoto.
      O homem que o conduzia o veículo, pensou que o moleque estava acompanhado por algum adulto, mesmo na dúvida resolveu acreditar em sua suposição e seguiu viagem.
      Ao andar alguns quilômetros encontrou com umas cinco pessoas que deu sinal para ele parar. 
       Os socorristas perguntaram ao motorista se se ele havia visto a criança que, pelas características, certamente era o pequeno pastor que encontrara pelo caminho.
      O homem fez uma manobra, deu meia volta, e foi ao encontro do menino que se encontrava no meio da bezerrada, tentando abrir um vão na cerca de arame farpado, para passar seus amigos, enquanto recebia lambidas dos ruminantes, no rostinho e na cabeça, devido ao suor salgado que minava do pequeno fazendeiro.
       O homem desceu do veículo, pegou na mão do garoto e disse.
  — Vamos embora boiadeiro, sua mãe está te esperando.
Filipe contrariado, obedeceu ao homem, que o colocou no chiqueirinho do Fusca, enquanto o garoto olhava sua boiada ficando para trás e acenava com um adeus.
       Sua mãe ficou aliviada e desabou em prantos quando avistou o fujão no carro, que ao ver a mãe deu um sorriso mais lindo e puro do mundo, ergueu os braços para que ela o pegasse no colo.
       Ela o afagou em seus braços, simplesmente sorriu e disse:
  — Eu te amo meu amor!


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